segunda-feira, 13 de novembro de 2017

O que é a diabetes?


A glicose (açúcar no sangue) é essencial à vida. O nosso organismo utiliza o açúcar para produzir energia indispensável ao funcionamento normal dos vários órgãos e tecidos.

Para que a glicose possa ser utilizada pelo organismo, tem que passar do sangue para o interior das células (os "tijolos" que constituem o nosso organismo). Na maioria das situações esse transporte para dentro das células só é possível com a ajuda de uma importante hormona: a insulina.

A insulina é uma hormona (substância química produzida pelo organismo) que tem como função regular a glicemia. Ela é produzida por agrupamentos de células espalhadas pelo pâncreas, um órgão do nosso organismo. Em situações normais e desde muito cedo na vida - antes de nascermos - o pâncreas produz esta hormona que retira o "açúcar" do sangue, transportando-o para dentro das células. Desta forma, os níveis de "açúcar" no sangue (glicemia) baixam.

Na Diabetes mellitus, esta situação está alterada. A característica mais importante e que define a Diabetes mellitus é a subida anormal e descontrolada da glicemia ou "açúcar no sangue". Isto é causado por problemas com a produção de insulina ou com a sua atuação nas células (a chamada "resistência à insulina").

Existem vários tipos de Diabetes mellitus, sendo os principais:

Diabetes mellitus tipo 1
desenvolve-se geralmente em crianças, adolescentes ou jovens adultos, podendo contudo também aparecer em adultos (LADA) e até em idosos. Neste tipo de diabetes o pâncreas deixa completamente de produzir insulina. Por essa razão, a única maneira de tratar a Diabetes mellitus tipo 1 é administrando insulina.
Diabetes mellitus tipo 2
é a forma mais frequente de diabetes: 9 em cada 10 diabéticos são do tipo 2. Surge em qualquer idade, mas é mais frequente nas pessoas adultas com peso a mais. Neste tipo de diabetes, o organismo produz menos insulina e a insulina faz menos efeito (chama-se a isto "resistência à insulina"). É tratada com medidas de alteração do estilo de vida e comprimidos. Com o passar dos anos, também precisa da administração de insulina.
Diabetes Gestacional
pode ocorrer durante as últimas fases da gravidez, embora geralmente desapareça com o nascimento do bebé. As mulheres que têm este tipo de diabetes têm maior propensão para virem a desenvolver diabetes tipo 2 numa fase mais tardia da sua vida.
Outros tipos específicos
existem outras causas de Diabetes mellitus mas que são muito mais raras do que as anteriores. É o caso da diabetes causada por certos medicamentos, traumatismos abdominais graves, formas genéticas raras, entre outras.
As causas da diabetes tipo 1

Em qualquer tipo de diabetes mellitus, a característica central é a elevação anormal e descontrolada dos níveis de glicemia ("açúcar" no sangue).

No entanto, os vários tipos de diabetes mellitus têm causas diferentes. Na diabetes mellitus tipo 1, a causa da elevação da glicemia ("açúcar" no sangue) é a incapacidade súbita do pâncreas produzir insulina por destruição completa das células que fabricam esta hormona. Essa destruição é causada pelo próprio sistema imunitário da pessoa com diabetes. O sistema imunitário habitualmente protege o organismo de infeções e outras agressões externas, no entanto, por vezes funciona de forma anormal, atacando e destruindo partes do próprio organismo. Por essa razão, a diabetes mellitus tipo 1 é uma doença dita "autoimune". Não se sabe ao certo porque é que o sistema imunitário age desta maneira anormal. Pensa-se que resulte de determinadas características herdadas (genéticas), em combinação com determinados estímulos ambientais, como por exemplo infeções.

As causas da diabetes tipo 2

A diabetes tipo 2 é o tipo mais frequente de diabetes mellitus: cerca de 1 em cada 10 portugueses tem diabetes tipo 2.

Tal como outros tipos de diabetes mellitus, a alteração principal é a elevação anormal e descontrolada dos níveis de glicemia ("açúcar" no sangue).

Há duas causas principais para isto acontecer na diabetes tipo 2:

Perda progressiva da eficácia da insulina, também designada de "resistência à insulina";
Diminuição anormal e progressiva da produção de insulina por parte do pâncreas.
A resistência à insulina começa muito antes da diabetes aparecer. Tanto quanto se sabe hoje em dia, a sequência de acontecimentos é a seguinte:

Como resultado do estilo de vida e dos genes herdados, o organismo vai ficando progressivamente mais resistente à insulina, ou seja, a insulina deixa de "fazer efeito".
Para compensar, o pâncreas produz mais insulina. Com este esforço do pâncreas, os níveis de glicemia vão-se mantendo controlados e dentro de valores normais.
Em algumas pessoas, o pâncreas começa lenta mas progressivamente a falhar e a deixar de produzir a quantidade suficiente de insulina para manter a glicemia controlada.
Quando isto acontece, a glicemia sobe anormalmente e de forma descontrolada, dando origem à diabetes mellitus.
Não sabemos porque é que em algumas pessoas o pâncreas começa a falhar, mas sabemos que o excesso de peso, o aumento da gordura no organismo e a inatividade física aumentam a resistência à insulina e portanto são fortes fatores de risco e agravamento da diabetes tipo 2.

Se lhe foi diagnosticada diabetes tipo 2, existem várias medidas pessoais que pode adotar para controlar de melhor forma a sua diabetes, nomeadamente:

Optar por uma alimentação mais saudável
Ser fisicamente ativo
Perder peso
Tomar adequadamente a medicação para a diabetes
Reduzir a pressão arterial
Melhorar os níveis de colesterol
As causas da diabetes gestacional

A diabetes gestacional é muito semelhante à diabetes tipo 2. A grande diferença é que surge apenas durante a gravidez. Uma diabetes que é detetada durante a gravidez e que se mantém depois do nascimento do bebé não é uma diabetes gestacional, mas sim uma diabetes tipo 2. 

É muito importante que a diabetes gestacional seja diagnosticada, pois uma diabetes gestacional não diagnosticada ou controlada durante a gravidez pode trazer problemas graves para a mãe e para o bebé. Se, pelo contrário, for diagnosticada e tratada no início da gravidez, não causa problemas à mãe ou ao bebé.

Em Portugal, as análises de rotina da gravidez permitem detetar uma diabetes gestacional, pelo que é muito importante um acompanhamento médico desde que saiba que está grávida.

As mulheres que tiveram diabetes gestacional têm um risco elevado de vir a ter uma diabetes tipo 2 mais tarde na vida, pelo que devem ser particularmente cuidadosas com o acompanhamento médico ao longo da vida.



Nos diferentes tipos de diabetes, o seu médico pode ter recomendado manter consultas regulares para ajudar a monitorizar o seu progresso. Veja a secção Tratar a Diabetes Tipo 2 para saber mais sobre a medicação e como esta o poderá ajudar a tratar a sua diabetes.

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